" O Kardecismo é Jesus ensinando.
A Umbanda é Jesus Trabalhando"

Pai Tomé

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Axééé pessoal! Todos nós umbandistas “batemos a cabeça” em frente ao altar logo que chegamos ao terreiro, não é mesmo? Pois bem, será que já paramos para pensar na grandeza e no Sagrado desse ato??? Nós, umbandistas, herdamos dos povos africanos a representação do solo como a morada dos antepassados. Para eles, os orixás são antepassados divinizados, ou seja, pessoas e anciões que imergiram na terra e se tornaram Orixás, portanto, para cultura africana o Sagrado está na terra e não no céu como prega a cultura européia. Além disso, sabemos que em determinado momento da vida escravocrata, os negros enterraram os otás e os elementos simbólicos de seus orixás para que não fossem descobertos pelos senhores das fazendas, os quais tentavam de todas as maneiras destruir e descaracterizar a cultura, a crença e as relações humanas desse povo. Com esse saber, fica fácil compreender que quando “batemos cabeça” estamos entrando em contato com esses ancestrais e antepassados, consequentemente, com todo o conhecimento e a sabedoria que esse passado guarda. Não podemos deixar de lado também, o poder transformador do elemento terra, portanto, ao bater cabeça com os pensamentos firmados na ação e nas forças divinas, naturalmente conseguimos descarregar todos os pensamentos negativos e atuações negativas, que por ventura esteja envolvendo nosso mental. Melhor ainda acontece quando temos a oportunidade de deitar no chão ao bater cabeça, nessa ocasião, a descarga acontece também no sentido emocional e em todos os nossos chacras, afinal eles também entram em contato com a terra. E vale ressaltar: Quando batemos o lado direito, entregamos nossa coroa para as Entidades Espirituais da Direita, quando batemos o lado esquerdo, a entrega é para as Entidades Espirituais da Esquerda, já a testa representa entrega total, a entrega de nossa coroa a todas as forças assentadas e representadas no altar. É nesse momento que essas Entidades, de forma muito pontual, sutil e grandiosa, cruzam nossas costas firmando-nos e protegendo-nos que qualquer mal, dando toda a sustentação para os trabalhos espirituais. Também sabemos que em muitos terreiros são usados outros elementos para que esse ritual aconteça com supremacia, a exemplo, posso falar da Toalha, que representa, entre tantas outras coisas, a proteção de Oxalá, o acolhimento e a pureza. Outras vezes o pai de santo risca um ponto para que o ritual aconteça com uma específica ação magística realizadora e religiosa. Há também aqueles que firmam a corrente com um canto representativo e emocionante, estimulando o lado emocional e vibracional da corrente. Nossa, me arrepio só em pensar! Não tem como negar, a Umbanda é um encanto, está cheia de fundamentos, significados, tradição e axé. Aliás, Umbanda é AXÉÉÉ…
Monica Caraccio
Axé, pessoal! Nem sei por onde começar, ou melhor, acho que posso começar agradecendo, agradecendo e agradecendo toda a ação e manifestação divina que recebo. Sexta-feira foi um dia muito especial para mim e para alguns de meus filhos espirituais. Creio que todos nós já ouvimos falar em ‘baixo astral’, ‘espíritos caídos’, ‘eguns’, enfim, em espíritos “perturbados e perturbadores”. Também acredito que muitos já ouviram falar da forma que eles atuam no plano astral, nas portas dos terreiros ou em nossas vidas, no entanto, na maioria das vezes ficamos na imaginação, nas possibilidades ou na sensação. Pois bem, na última sexta-feira, logo pela manhã, vi um homem um pouco distante de casa que se comportava como um guardador de carros, suas roupas estavam um pouco sujas mas sua aparência era boa. Não dei muita atenção pensando que, com o passar do dia, ele iria embora, mesmo porque, durante o dia a rua não tem a característica ou necessidade de ter um guardador de carros. Mas estava enganada. O rapaz ficou praticamente o dia todo quase que em frente ao terreiro, aliás, com o passar do tempo, não sei especificamente o que acontecia, ele ficava mais rude, grotesco e se comportava de forma mais perturbadora, era como se com o passar das horas ele fosse se deteriorando. Ele falava, cantava e gritava cada vez mais alto e com mais frequência, eram frases de seu passado em uma época em que trabalhava na prefeitura ou que expressavam suas desilusões amorosas, eram gritos de raiva, pedidos de ajuda, ameaças, ofensas e mandos, sem ordem, sem sentido e com muita constância. Aliás, entre essas verbalizações ele andava no meio da rua, entre os carros e entre as pessoas, ora se jogava nos carros que trafegavam normalmente forçando a parada e “mandando” ajuda (vejam, não era pedindo ajuda, era mandando mesmo!), ora ameaçava bater ou morrer, ora pedia para cuidar do carro com educação e leve serenidade. Para uma das minhas filhas espirituais ele ofereceu ajuda, orientando-a a estacionar em frente a uma garagem, ou seja, guia rebaixada. Para outra ofereceu guardar o carro com simpatia e bondade. E para outra ainda, enquanto ela varria a calçada da frente (limpeza comum antes da gira), ele se aproximava e cantava tentando chamar a atenção e com falas de mulheres e coisas do tipo – interessante comentar que vendo a cena e a possibilidade dele realmente incomodar a médium, rapidamente fui à porta e me coloquei de frente à ‘situação’ de forma firme e serena, com postura e atenção, automaticamente ele recuou e silenciou, dirigindo-se à frente da casa vizinha. Logo em seguida entramos, mas o “incômodo” continuava. Ele gritava e cantava cada vez mais alto, estava realmente perturbando, tanto que em determinados momentos percebia que ele dificultava a arrumação do terreiro, pois a comunicação entre eu e as médiuns, estávamos nos afazeres normais, ficava cada vez mais comprometida, percebia inclusive, sutis momentos de irritação nas médiuns. Mas, mais impressionante ainda foi ver que ao atravessar o portão de madeira em direção à tronqueira, os galos começaram a cantar e o homem, rapidamente e literalmente, se encostou no portão de entrada e com as mãos nas grades gritava para que os bichos ficassem quietos, automaticamente nossa cachorra correu em direção ao portão e latia ferozmente. Nesse momento, outra filha de santo foi até a porta e pediu delicadamente que ele se afastasse pois estava deixando os animais incomodados. Ele não entendeu claramente e a médium insistiu, pediu e, por fim, agradeceu sua compreensão. Pouco tempo se passou e, ao terminar de firmar a tronqueira, o rapaz “coincidentemente” , ou seja, “divinamente” se calou e se afastou da porta de casa. Quando chequei novamente a rua, ele estava indo embora. Óbvio que FOI ação do Astral Superior, e para dar bons argumentos a essa afirmativa, ilustro que por duas vezes, semana reretrasada e retrasada, por solicitação de Exu, levei para a porteira do terreiro elementos materiais jogando-os em direção a rua para, entre tantas coisas, “sossegar a energia da rua” e “aliviar a pressão” que o terreiro sofria dos espíritos negativos que se encontravam do lado de fora. Consequentemente, com a materialização dos elementos mágico-religiosos a materialização dos espíritos também começou ocorrer, tanto que na semana passada tivemos a presença/materialização de um espírito em forma de mendigo que chegou aos gritos na porta do terreiro logo após o começo da gira ficando por lá a noite inteira coberto por um cobertor. Essa presença somente “decidiu” ir embora ao amanhecer quando do cantar dos galos. Ééé… Tenho que agradecer mesmo, pois com essas “cenas”, posso provar que coincidências não existem, posso, de forma real e materializada, mostrar como agem determinados tipos de espíritos negativos, seja provocando o desequilíbrio no outro ou em si mesmo. Afirmei durante o dia que estávamos tendo o privilégio de ver e ouvir “ao vivo e em cores” um tipo de espírito que, entre tantas possibilidades, era perturbado e consequentemente, perturbava nossa rotina de trabalho, que “coincidentemente” estava acontecendo na sexta-feira, dia de gira e em frente ao terreiro. Inclusive, pedi para que pensassem em quantas centenas e mais centenas de espíritos, em níveis, vibrações e intenções diferentes, estão, vão ou são levados para as frentes dos terreiros terrivelmente irritados, perturbados e perigosos. Uns provocam danos materiais como roubo de carro, estepe, rádio. Outros ficam, mesmo com a guarda de Exu, tentando atravessar a porteira na tentativa de invadirem os terreiros para prejudicarem e acabarem com o trabalho religioso. Outros ainda ficam esperando seus companheiros de caminhadas (os consulentes e médiuns) saírem da gira e quando esses saem irritados, incomodados, ou seja, em níveis baixos de vibração e energia, seja pela falta de disciplina ou pela falta de aceitação (situações muito comuns de acontecer), os espíritos negativos que esperavam na porta se interligam e interagem mais ainda com seu companheiro e assim voltam todos juntos para casa, só que agora, com a relação mais forte, intensa e negativa. Uma situação, que para mim, é das mais tristes de se ver e das mais difíceis de tratar. E que, por ironia do Baixo Astral, é a mais comum de acontecer. Disse que a cena só confirma o quanto precisamos estar atentos diante de nossas responsabilidades espirituais, afinal espíritos perturbados e perturbadores tentam de todas as formas desviarem nossa atenção, provocar irritação, confundir nossa capacidade de ouvir e ainda chegam a ‘cutucar’ e ‘agir’ em nossas próprias dificuldades e feridas. Outro olhar e outra reflexão foi sobre a falação, a lamentação, o mando, as ameaças e as lembranças do passado que aquele “homem manifestava”. Normalmente, quando vemos uma pessoa no estado mencionado, lastimamos, rejeitamos, o consideramos um coitado e outras vezes ainda somos agressivos, nos afastamos e negamos a situação. Pois bem, precisamos sair da área de conforto e perceber que muitas vezes tais atitudes e movimentos são iguais aos nossos, pessoas consideradas não perturbadas e não perturbadoras. Ou seja, quantas vezes falamos, lamentamos e gritamos? Quantas vezes mandamos e ameaçamos? E quantas vezes não ficamos falando do passado, do tempo em que éramos…, da mágoa que guardamos, da traição que recebemos… Enfim, qual a diferença desse homem, um suposto guardador de carro considerado perturbado e perturbador, e nós??? Enfim fico a refletir, onde será mesmo que está o Baixo Astral? Será que tenho o direito de apontar para um espírito desequilibrado ou negativo e afirmar “sou melhor”? Eu já vi tantas pessoas ‘mandando’ ajuda, se jogando no meio do perigo mesmo sabendo que corria risco, só falando e lamentando do passado, forçando que um fluxo natural parasse para ela, que só me resta agradecer a oportunidade que continuamente temos de nos enxergar no outro, de ouvir a fala de Deus de forma tão diferente, de receber os recados e ajuda do Astral Superior de tantas formas, meios, pessoas, espíritos e manifestações. Me emociono em afirmar, mais uma vez, que as respostas SEMPRE nos são dadas, mesmo que para isso elas se apresentem de formas diferentes, afinal, quando não somos capazes de ouvir, elas nos são mostradas. Quando não temos capacidades de ver, elas nos fazem sentir. Quando não temos a capacidade de sentir, elas nos fazem manifestar. E quando não ouvimos, vemos, sentimos ou manifestamos, elas, as respostas, se fazem presentes no Outro.
Fonte www.minhaumbanda.com.br